Rua 14 de Julho, manhã de sexta-feira. Entre o vai e vem de carros, motocicletas e pedestres, cadeiras sem dono ocupam as vagas que são delas por direito. Os olhos atentos podem ler o aviso: “essa vaga não é sua nem por 1 segundo”.
A ação da Agetran, Prefeitura de Campo Grande e com apoio da Cidadania, leva conscientização e reforça o que muita gente parece ter se esquecido.
“Muitas vezes a pessoa está ali, liga o alerta e é visível que ela não usa aquela vaga, mas está ali naquele, dizendo ‘só um pouquinho, só um minutinho, vou ali rapidinho’”, narra Suzana Vieira Castro, de 41 anos.
![](https://www.sec.ms.gov.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-13-at-17.49.25-1024x768.jpeg)
Aposentada desde que sofreu um acidente de moto, 16 anos atrás, Suzana conta que a “briga” pela vaga destinada exclusivamente à pessoa com deficiência é justamente pela falta de mobilidade.
“A gente desce do carro, o trajeto é longo, tem a dificuldade na questão da rampa, do acesso. Então já é dificultoso, e quando não tem a vaga complica mais ainda”, completa.
Suzana recorda que o pensamento não foi sempre este. Antes de sofrer o acidente e precisar de cadeira de rodas para se locomover, a estrutura das ruas e calçadas passava batido.
“Eu sempre falo assim: antes o meio fio era um meio fio, pra mim era simples, era um meio fio, hoje pra mim ele é um muro. 16 anos atrás era um simples meio fio, hoje não, ele é um muro, ele bate de frente, ele me empurra, ele me joga no chão. Essa é a minha realidade”, resume.
![](https://www.sec.ms.gov.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-13-at-17.38.37-1024x768.jpeg)
Especialista em Educação de Trânsito da Agetran, Ivanise Rota explica que o objetivo da campanha é provocar a empatia e o respeito aos motoristas. “A vaga não é sua se você não tem deficiência nem por um segundinho. Vou tomar um cafézinho e volto já. Só fui deixar alguém, só fui… Não, ela não é sua”, frisa.
A ação nacional acontece em diversas cidades do País, e faz parte do mês Maio Amarelo “A paz no trânsito começa por você”.
Para ter direito a estacionar na vaga destinada à pessoa com deficiência física, basta ir até a Agetran com o laudo que ateste a deficiência, e pedir a credencial que precisa ser deixada no carro em local visível. Lembrando que a deficiência não precisa ser necessariamente do motorista, e sim do passageiro.
![](https://www.sec.ms.gov.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-13-at-17.37.20-1024x768.jpeg)
Para a subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência, Telma Nantes de Matos, ações como esta mostram para a sociedade que as pessoas com deficiência precisam de respeito.
“Isso é acessibilidade, isso é inclusão. Então assim, um evento deste vem falar para a sociedade, estamos aqui, nós precisamos desse respeito, nós estamos reivindicando a nossa vaga de estacionamento, a nossa calçada acessível é fundamental”, avalia.
Paula Maciulevicius, da Comunicação da Cidadania