Publicado em 01 out 2025 • por Paula Maciulevicius de Oliveira Brasil •
O Seminário “Cultura Acessível, Floresce Cidadania” marcou o encerramento do Setembro Verde em Mato Grosso do Sul, reunindo sociedade civil, poder público, artistas e fazedores de cultura para dialogar sobre inclusão e o direito de todas as pessoas à cultura.
A realização foi do Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul, em parceria com o Ministério da Cultura e o Secretariado de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Secretaria de Estado da Cidadania.
Programação e debates

O encontro trouxe ao auditório da SEC, nesta terça-feira (30), uma programação diversificada, com mesas de diálogo que abordaram temas fundamentais como os fundamentos e direitos da acessibilidade cultural, a comunicação acessível e o uso de tecnologias assistivas, a acessibilidade física e de infraestrutura, as políticas públicas para a inclusão, além do acesso à produção cultural e a valorização da diversidade. Esses eixos nortearam as falas de representantes do poder público, lideranças da sociedade civil e especialistas, que compartilharam experiências, desafios e propostas para garantir o acesso pleno à cultura para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Secretário-adjunto da Cidadania, José Francisco Sarmento, destacou que o evento simboliza a ampliação do diálogo entre governo e sociedade. “Este espaço é de vocês. É com a participação da sociedade civil que conseguimos construir políticas públicas efetivas. Nossa alegria é poder oferecer um ambiente de diálogo verdadeiro, onde possamos pensar juntos o que é melhor para a cidadã e o cidadão sul-mato-grossense.”
A subsecretária de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, Maria Lúcia Fernandes, emocionou o público ao compartilhar sua trajetória e reforçar que a cultura só cumpre seu papel quando é acessível a todas as pessoas. “De que valeria a cultura se não pudesse ser vivida por todos? Inclusão não é promessa, é construção diária, feita com diálogo, oportunidades e respeito. Não é a deficiência que exclui, é a falta de oportunidade. Quando damos acessibilidade e tempo, as pessoas com deficiência mostram todo o seu potencial.”

Maria Lúcia também recordou experiências marcantes em projetos de teatro inclusivo, mostrando como a arte pode transformar vidas. “Cultura é para todos. Quando oportunizamos ferramentas de acessibilidade, estamos dando dignidade e garantindo cidadania.”
Coordenadora do escritório estadual do Ministério da Cultura, Catarina Garcia, ressaltou que a acessibilidade cultural precisa deixar de ser apenas previsão legal e se tornar realidade. “Depois de tantos anos de avanços legais, é hora de encarar de frente a implementação da acessibilidade cultural, garantindo que o direito de fazer, assistir e distribuir cultura chegue a todas as pessoas e comunidades.”
Representando a sociedade civil no Comitê de Cultura, Anderson destacou a importância de consolidar a acessibilidade cultural como política pública permanente. “O que estamos aprendendo nesse processo é exercitar a escuta sensível, para que as vozes de quem vive a falta de acesso sejam ouvidas e respeitadas. Precisamos garantir que essa política seja efetivada, construída a muitas mãos, e que nenhum governo retire esse direito.”
Setembro Verde
Instituído pela Lei Estadual nº 5.611/2020, Setembro Verde é período oficial de conscientização sobre acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida em Mato Grosso do Sul.

Paula Maciulevicius, da Comunicação da Cidadania.