As boas práticas da Cidadania de Mato Grosso do Sul foram apresentadas ao Consulado Geral dos EUA em São Paulo, nesta terça-feira (2), durante visita do cônsul-geral Richard Glenn a Mato Grosso do Sul.
Pela primeira vez no Estado, o cônsul conheceu a estrutura e o funcionamento do Ceamca (Centro Especializado de Atendimento à Mulher, à Criança e ao Adolescente em Situação de Violência), uma das principais ferramentas do Governo no enfrentamento à violência e acolhimento às vítimas.
Secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza apresentou a pasta que trabalha os recortes identitários sul-mato-grossenses, desde juventude, mulheres, pessoas idosas, com deficiência, povos originários, população LGBTQIA+, promoção da igualdade racial e assuntos comunitários.
“Aqui nós fazemos o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e também agora uma extensão do atendimento às crianças e adolescentes no mesmo contexto dessa casa que tem a violência doméstica. No Ceamca temos assistentes sociais, psicólogas e psicopedagogas, mulheres que cuidam de outras mulheres. Nosso desafio hoje é replicar para os demais municípios, e fazer com que daqui saia o protocolo para que todas as regiões do Estado tenham o mesmo modelo de atendimento”, explica a secretária.
Atento às falas, o cônsul-geral ainda ouviu o relato emocionante de uma assistida pelo Ceamca, a empregada doméstica Luiza Silva. Vítima de violência por parte do então namorado, ela hoje se sente fortalecida a dar o depoimento.
“Eu nunca tinha sofrido uma violência doméstica na minha vida. Eu nunca tinha passado por isso. Foram 10h de muita luta pela minha vida, e muitas mulheres não conseguem sobreviver”, diz.
Luiza faz questão de dar nome e rosto para compartilhar a história. “Não tenho dificuldade em contar, porque o que está dentro de mim é muito mais forte do que tudo que eu passei. Eu preciso encorajar outras mulheres e fazer elas entenderem, para que elas venham a denunciar essas agressões”, explica.
A violência com Luiza ocorreu no início deste ano, e levou um tempo para que ela procurasse a ajuda disponível no Ceamca. “Demorei um pouco para vir, porque eu achava que eu ia conseguir sair daquela situação sozinha. Eu achava que eu não precisava de ajuda, mas quando me vi naquela situação, eu estava com muito medo, eu tinha medo o tempo todo. Aí, eu decidi procurar o Ceamca, porque eu já tinha o encaminhamento para cá”, lembra.
Na primeira visita oficial de Richard Glenn a MS, o cônsul explica que veio conhecer os representantes do Governo do Estado, e entender as possibilidades de parcerias com o Consulado Americano.
“É importante ter essa esperança na vida e ver um Governo que está muito ativo, tratando de fazer com que as coisas mudem”, ressaltou.
Paula Maciulevicius, da Comunicação da Cidadania