Com dados que iluminam existências, MS lança painel inédito sobre cidadania da população LGBTQIA+

ista do público assistindo a uma apresentação. A oradora (uma mulher de blusa azul marinho) está à direita, em pé, falando em frente a um telão. O telão mostra gráficos e textos relacionados a "DADOS CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS" e "PAINEL LGBTQIA+". O público, com várias idades e estilos, ouve atentamente.
  • Publicado em 02 dez 2025 • por Paula Maciulevicius de Oliveira Brasil •

  • Pela primeira vez, o Governo de Mato Grosso do Sul reúne, em um único instrumento, dados sobre uso de nome social, casamentos, políticas públicas e indicadores sociais que ajudam a revelar quem é a população LGBTQIA+ do Estado, onde está, como vive e de que forma o poder público pode aprimorar suas ações para garantir direitos, proteção e cidadania.

    O levantamento integra o 7º Painel do Observatório da Cidadania, iniciativa da Secretaria de Estado da Cidadania e da UFMS, que reúne, sistematiza e torna acessíveis informações estratégicas sobre diferentes grupos populacionais. Criado para apoiar decisões de gestão pública baseadas em evidências, o Observatório já apresentou painéis dedicados às mulheres, pessoas idosas, população negra, pessoas com deficiência e juventude. Agora, amplia seu alcance ao lançar, pela primeira vez na história do Estado, um painel inteiramente voltado à população LGBTQIA+.

    Uma mulher vestida de preto, em pé à esquerda, está falando em um microfone de mão para uma plateia sentada em cadeiras escuras. O público, que inclui fotógrafos profissionais e outros participantes, observa a apresentação. A sala é clara, com portas e cartazes de fundo.
    Secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, ressalta a importância dos dados para as políticas públicas. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

    Secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, destacou que o trabalho consolida um marco para a formulação de políticas públicas.

    “Sem dados, sem evidência, não há política pública. A cidadania só é percebida quando existe base sólida, é ela que nos permite errar menos e trabalhar com mais eficácia lá na ponta. Quando a UFMS e o Governo do Estado se unem, quem ganha é a sociedade sul-mato-grossense”, ressalta.

    A apresentação do painel evidenciou um movimento de reconhecimento histórico. Entre os dados, aparecem registros de violência, mais de 300 nomes sociais formalizados em 2024, crescimento de uniões, especialmente entre mulheres, e lacunas de políticas públicas ainda pouco mensuradas nos municípios. 

    Para o coordenador do Observatório da Cidadania, professor da UFMS, Samuel Oliveira, o painel representa um passo decisivo, já que pela primeira vez esse conjunto de informações, antes disperso ou inexistente, ganha formato público e sistematizado.

    Um homem barbudo de camisa social azul clara e jeans está em pé, no centro, apresentando. Ele gesticula com a mão direita em direção a um telão projetado na parede, que exibe a página principal do "Observatório da Cidadania de Mato Grosso do Sul" e logotipos de apoio (SEC, Governo MS, Fundect). Um projetor e um notebook estão sobre uma mesa no primeiro plano.
    Coordenador do Observatório, professor da UFMS, Samuel Oliveira, explica coleta e interpretação dos dados apresentados. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

     “Fortalece a produção de informações e evidências que orientam políticas voltadas à população LGBTQIAPN+ e amplia a consciência coletiva sobre a diversidade que compõe o nosso Estado”, afirma. 

    Para a subsecretária de Políticas Públicas para a População LGBTQIA+, Mikaella Lima Lopes, o painel atende a uma demanda urgente. “Precisamos tirar essa população da obscuridade. A realidade da Capital é muito diferente da do interior. Esses primeiros números já mostram que podem ser maiores do que aparecem agora. À medida que gestores e redes observarem, vamos revelar onde estão as ausências de direitos”, completa. 

    O impacto também se refletiu no público presente. Integrante do Coletivo Transpor, a servidora pública Ayo Rosas destacou o papel do Observatório como ferramenta de transformação.

    “Ter dados muda tudo. É com eles que cobramos políticas de educação, trabalho e saúde. É a prova de que existimos, e de que estamos sendo deixadas para trás.”

    Close de uma jovem sorrindo, com cabelo cacheado e longo. Ela veste uma camiseta preta com a palavra "bio diversa" escrita em cores vibrantes (laranja, verde, amarelo). Em segundo plano, uma mulher de blusa azul marinho e um homem de camisa azul estão visíveis.
    Para Ayo, números é a relevação da existência da população LGBTQIA+. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

    Desde sua criação, em 2024, o Observatório da Cidadania tem funcionado como um mapa vivo da realidade social de Mato Grosso do Sul. A cada novo painel, amplia não só o volume de informações disponíveis, mas também a capacidade do Estado de formular ações mais eficazes, equitativas e orientadas pelas necessidades reais da população.

    O painel LGBTQIA+ é público, gratuito e acessível, e marca mais do que um avanço técnico: representa o compromisso do Estado em reconhecer trajetórias, vulnerabilidades e direitos historicamente negligenciados. Em um cenário onde a violência ainda é elevada e o acesso a políticas públicas é desigual, o novo painel ilumina caminhos e abre possibilidades.

    Para acessar o Observatório da Cidadania, clique aqui.

    Paula Maciulevicius, da Comunicação da Cidadania

    Categorias :

    Cidadania, LGBTQIA+

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